Zelensky afirma que Rússia faz “tudo” para bloquear encontro com Putin

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou esta sexta-feira que a Rússia está a fazer “tudo o que pode” para impedir a realização de um encontro entre ele e Vladimir Putin, apelando ainda aos aliados de Kiev para impor novas sanções a Moscovo caso não demonstre vontade de pôr fim à invasão.
Falando em conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, em Kiev, Zelensky revelou que ambos discutiram garantias de segurança para a Ucrânia por parte de outros Estados, sublinhando que estas deveriam ser semelhantes ao Artigo 5 da Aliança Atlântica, que considera um ataque a um dos membros como um ataque a todos.
Pouco antes da conferência de imprensa, ficou claro que Vladimir Putin está disponível para realizar uma cimeira com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas apenas quando a agenda para esse encontro estiver definida — o que, segundo Moscovo, não acontece neste momento. E o que falta para que a reunião seja possível? Que o Presidente ucraniano diga sim às exigências russas.
As explicações foram dadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ao canal norte-americano NBC.
Lavrov acrescentou que a Rússia aceitou mostrar flexibilidade relativamente a vários pontos levantados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas a mesma flexibilidade não existiu do lado ucraniano.
Assim, o ministro russo deixou claro que Putin só se encontrará com Zelensky se Kiev ceder às exigências de Moscovo. Segundo o chefe da diplomacia russa, foram apresentados “vários princípios necessários para a paz”, mas Zelensky terá respondido “não a tudo”.
“Putin está pronto para se encontrar com Zelensky quando a agenda para uma cimeira estiver preparada, e essa agenda não está, de todo, pronta”, disse Lavrov.
Os pontos essenciais para Moscovo terão sido apresentados por Donald Trump a Zelensky, mas, garante Lavrov, apesar de ter “ficado muito claro para todos que existem vários princípios que Washington considera indispensáveis, incluindo a não adesão da Ucrânia à NATO, e a discussão de questões territoriais, mesmo assim Zelensky recusou tudo”.
Segundo o chefe da diplomacia de Putin, Zelensky “chegou até a dizer não à revogação da legislação que proíbe a língua russa” e questionou: “Como podemos reunir-nos com alguém que finge ser líder?”