Economia

Vigília Hoje às 20h em Homenagem às Vítimas do Elevador da Glória

Vigília Hoje às 20h em Homenagem às Vítimas do Elevador da Glória

“Estamos todos destroçados.” Os residentes do Bairro Alto organizam hoje uma vigília no Jardim de São Pedro de Alcântara em homenagem às vítimas da tragédia do Elevador da Glória.

A vigília ocorrerá às 20h desta sexta-feira no Jardim de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, para prestar tributo às vítimas do incidente no Elevador da Glória.

A iniciativa é promovida pela nova associação de moradores da região, Somos Bairro Alto.

“Estamos chocados, é uma situação dramática,” afirmou ao JE a presidente da associação.

Até o momento, o número de mortos chega a 16, enquanto 10 feridos continuam hospitalizados, sete em estado grave.

A presidente da associação ainda não tem informações sobre possíveis vítimas entre os moradores do Bairro Alto, mas lembrou que tem “amigos que estavam na carruagem anterior” à da tragédia.

Salientando a presença de diversas escolas na área, ela destacou que os “pais utilizam o elevador naquele horário para voltar para casa.”

“O elevador é essencial para pessoas com mobilidade reduzida e para pais com crianças pequenas, sendo mais utilizado para subir do que para descer,” explicou.

Em resposta a uma pergunta do JE sobre a evolução deste transporte nos últimos anos, ela mencionou que “deixou de ser um transporte público para se tornar uma atração turística, limitando aos residentes o uso desse meio crucial,” lamentou.

Fabiana Pavel enfatizou que o “excesso de turismo” na área tem “prejudicado bastante” o uso desse “meio de transporte essencial” pelos moradores. “Não temos alternativa.”

“Estamos todos destroçados,” reiterou, lembrando que na noite do acidente, os moradores do Bairro Alto “estavam em casa ouvindo as notícias” enquanto os bares da região “continuavam a funcionar normalmente,” como se nada tivesse ocorrido. “Foi um pouco difícil,” confessou.

Turistas exigem mais segurança, comerciantes temem impacto negativo

A área inicial da Calçada da Glória transformou-se em um local de peregrinação desde o trágico acidente. Turistas e locais fazem vídeos e tiram fotos do Elevador da Glória tombado. Algumas pessoas ainda aproveitam para tirar selfies ao lado do elevador que se mantém íntegro, observou o JE no local, mesmo com a tragédia recente e a grande presença de jornalistas nacionais e internacionais. Várias pessoas já começaram a prestar suas homenagens ao deixarem flores em memória das vítimas.

O JE conversou com diversos turistas que expressaram preocupação com as condições de infraestrutura da capital portuguesa.

Para Melissa Slater, 57 anos, da Nova Zelândia, o acidente é “um golpe para Lisboa, que é um lugar muito turístico. Espero que isso resulte em mais inspeções e em melhor segurança, para que não aconteça novamente e as pessoas fiquem seguras,” disse ela, emocionada.

Joline Maas, da Bélgica, comentou que as autoridades precisam “garantir que esses transportes sejam 100% seguros, para que tanto turistas quanto locais possam usá-los novamente.”

Andrés e Daniela, ambos de 27 anos, do Equador e residindo em Barcelona, acreditam que o acidente se deve à “falta de gestão por parte da autarquia. As pessoas estão preocupadas. Se essa parte do sistema de transportes públicos não está funcionando corretamente, podemos confiar na outra parte?” questionou Andrés.

Alessio, 40 anos, da Itália, que visita Lisboa com sua esposa e filho, também deixou críticas: “Nem pensar,” respondeu ao ser questionado se voltaria a andar no Elevador. “Talvez se construírem algo novo que seja mais seguro. A segurança deve ser responsabilidade das autoridades públicas e não de empresas privadas, que só se preocupam com o lucro,” desabafou, lembrando suas viagens no Elevador em 2024, durante sua estadia de três meses em Lisboa.

Para Lívia, “as pessoas vão pensar duas vezes antes de usarem esse Elevador novamente. Era antigo, Portugal precisa considerar renovações e inspeções de segurança em todos esses equipamentos,” ressaltou a jovem de 24 anos, natural da Polônia, criada na Alemanha e atualmente vivendo em Portugal.

Pavel, do Bangladesh e proprietário de uma mercearia, disse que a coincidência de o acidente ocorrer durante as férias escolares evitou uma tragédia maior, pois há uma escola a 110 metros do Elevador da Glória, no Bairro Alto. “A sorte é que isto aconteceu com a escola fechada. Quando está aberta, muitas crianças usam o elétrico,” afirmou o dono da mercearia. “Ainda bem que está fechada, caso contrário podia haver crianças lá,” explicou, lembrando que sua filha já frequentou a Escola dos Mártires e usava o Elevador frequentemente.

Outros comerciantes da área, contatados pelo JE, expressaram preocupações sobre o impacto do acidente no turismo da capital.

Segundo Tiago Bettencourt, dono de uma loja na região, o acidente terá consequências: “quem organiza as coisas vai ver isso de forma diferente. As ruas estão uma bagunça, tudo em péssimas condições. O turismo é só para gerar lucro e não se importam com mais nada. Vão ter que começar a pensar em mais manutenção.”

“Os turistas começará a ver Lisboa com mais cuidado. E os preços já estão tão altos que talvez seja melhor ir para outros destinos, que são mais seguros e oferecem mais garantias,” argumentou.

Sérgio Madureira, de 67 anos, que possui um quiosque na área, também considera o acidente “muito dramático para Lisboa e para Portugal. Certamente terá impacto. Teve repercussão nas televisões internacionais e está nas capas dos principais jornais da Espanha. É uma catástrofe para Lisboa.”

Pat Pereira

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