Trocar esquentador por termoacumulador: Fatura aumenta 360 euros por ano

A troca de um esquentador a gás natural por um termoacumulador elétrico implica um aumento na fatura mensal de eletricidade. No total, os consumidores podem acabar por pagar mais 360 euros em eletricidade por ano.

A Deco Proteste fez este alerta recentemente, apontando que o Programa E-Lar, que será lançado pelo Governo a 30 de setembro, “pode aumentar a fatura energética para muitas famílias e exclui as bombas de calor, uma das tecnologias mais eficientes disponíveis no mercado”.

Segundo a organização, os termoacumuladores elétricos são a “única opção financiada pelo programa para o aquecimento de águas”, deixando de fora as bombas de calor.

O termoacumulador elétrico atualmente elegível corresponde a modelos de Classe A, sendo que os únicos disponíveis no mercado têm um limite de 30 litros de capacidade, inferior ao recomendado pelo Manual de Certificação Energética dos Edifícios para uma pessoa (40 litros), o que não atende adequadamente às necessidades de um agregado familiar. A Proteste salienta que essa opção pode resultar em um aumento de mais de 360 euros por ano na fatura.

As bombas de calor, “uma das tecnologias mais eficientes para o aquecimento de águas”, poderiam proporcionar uma economia anual de cerca de 350 euros em comparação com um esquentador a gás butano, que é amplamente utilizado nas residências em Portugal.

A Deco Proteste informou que já expressou suas preocupações ao ministério do Ambiente e da Energia, ressaltando a “necessidade de simplificação de processos; a abrangência geográfica e competitiva dos fornecedores; os equipamentos elegíveis; os custos da eletrificação e a potência contratada; as medidas de eficiência passiva e a compatibilidade e segurança na substituição de equipamentos”.

A organização advertiu que, na ausência de melhorias estruturais, como o isolamento térmico, as famílias podem enfrentar um aumento nas faturas, mesmo ao utilizarem equipamentos eficientes. Além disso, a substituição de aparelhos a gás por elétricos deve vir acompanhada de requisitos claros de segurança, que estão ausentes no atual Aviso do Programa E-Lar, conforme explicou Mariana Ludovino, porta-voz da DECO Proteste.

A Deco também destacou que o programa pode exigir um aumento na potência elétrica contratada e realizações na instalação elétrica. Por outro lado, será necessário garantir a selagem segura das saídas de gás, uma responsabilidade cujo regulamento ainda não está definido.

A organização também alertou que o regulamento “sugere que o voucher é de utilização única, o que pode forçar os consumidores a adquirir todos os equipamentos do mesmo fornecedor, limitando assim a liberdade de escolha”, podendo resultar na exclusão de famílias baseadas em sua localização geográfica, caso a “rede de fornecedores onde o voucher pode ser utilizado não seja ampla, diversificada e distribuída de forma equilibrada em todo o território continental”.