Tarifas dos EUA sobre Vinhos: Um Impacto Negativo para o Setor Português

Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, revela que a tarifa de 15% terá um “impacto direto” no preço final para o consumidor norte-americano, tornando os vinhos portugueses “menos competitivos” em um mercado que é “crucial” para as exportações nacionais.
O presidente da ViniPortugal considera que a decisão dos Estados Unidos de implementar tarifas de 15% sobre os vinhos da União Europeia é “uma má notícia” para o setor português.
Falcão alerta que o aumento da tarifa resultará em um “impacto direto” no preço para os consumidores norte-americanos, tornando os vinhos portugueses “menos competitivos” em um mercado essencial para as exportações do país.
O presidente expressou o “profundo desapontamento” da associação com o resultado das negociações, afirmando que essa medida irá “afetar severamente” as exportações para os Estados Unidos, que é considerado um mercado “essencial” para os vinhos portugueses.
“É fundamental que a Comissão Europeia continue os esforços diplomáticos e de negociação para reverter estas tarifas e proteger os interesses dos produtores europeus”, defende Frederico Falcão.
Ele acrescenta que, para a maioria dos produtores, será “impossível” absorver uma redução dessa magnitude sem “comprometer” sua sustentabilidade financeira, o que pode levar a uma “quebra acentuada” das exportações.
“Essa situação é ainda mais preocupante diante do fato de que países como Chile, Argentina ou Austrália enfrentam apenas tarifas de 10% e, portanto, conseguem ingressar no mercado com preços mais competitivos”, enfatiza Falcão.
Ele ressalta que o impacto será “particularmente grave” para os vinhos de gama baixa, que constituem a maioria das exportações portuguesas para os Estados Unidos.
“Os consumidores neste segmento são mais sensíveis a variações de preço, e estima-se que a redução no mercado possa ultrapassar os 20%, resultando em consequências significativas para todo o setor. É importante mencionar que, de janeiro a junho de 2025, comparando com o mesmo período de 2024, já se registrava uma queda de 6,90% em valor e uma diminuição de 2,28% em volume, dados que demonstram a vulnerabilidade atual das exportações para os Estados Unidos, a qual poderá ser agravada por esta nova tarifa”, afirma Falcão.
O presidente da ViniPortugal afirma que a instituição continuará a “acompanhar de perto” esse processo, “defendendo junto das autoridades europeias e norte-americanas os interesses dos produtores nacionais e reforçando a cooperação com os parceiros no mercado norte-americano, a fim de minimizar os efeitos dessa medida e preservar a posição dos vinhos portugueses” nos Estados Unidos da América.