Sociedade Filarmónica da Amadora Une-se a Parceiros para Apoiar a População de Cabo Verde
O povo português já provou em diversos momentos da sua história recente a sua generosidade, mesmo em tempos difíceis. Isso foi evidente durante a pandemia de Covid-19, assim como em 2017, durante os incêndios de Pedrógão, e agora se repete com as comunidades afetadas pelas inundações em Cabo Verde.
Nos últimos dias, várias ações de solidariedade têm surgido em todo o País, envolvendo desde associações académicas até organizações não-governamentais. Na semana passada, na Cova da Moura, foi realizado um peditório para ajudar na recuperação de edifícios, escolas e infraestruturas.
As chuvas intensas do dia 12 de agosto resultaram em pelo menos nove óbitos e mais de 1.500 pessoas ficaram desalojadas, especialmente na ilha de São Vicente, uma das mais afetadas.
A mais antiga coletividade da Linha de Sintra, a SFRAA — Sociedade Filarmónica de Apoio Social, Recreio Artístico da Amadora, fundada em 1878, lançou uma campanha humanitária. Ela conta com a colaboração de vários parceiros do concelho.
“Estamos em agosto, um mês em que muitas empresas estão fechadas, por isso acredito que aos dez parceiros que estão conosco desde o início se juntarão outros em setembro”, afirma o presidente da SFRAA, Celestino Semedo.
A campanha “Amadora por São Vicente” começa na segunda-feira, dia 25, e vai até 25 de setembro. Ela se destina à coleta de produtos não perecíveis, itens de higiene pessoal e doméstica, pequenos eletrodomésticos, material escolar e medicamentos.
No domingo, dia 21 de setembro, ocorrerá uma tarde de fado solidário, onde cada participante deve trazer um donativo para ser enviado a São Vicente.
“As inundações destruíram casas, afetaram pessoas e deixaram muitos sem o essencial. Na Amadora, sentimos essa dor de forma muito intensa, pois Cabo Verde faz parte da nossa história e da nossa comunidade”, comentou à New in Amadora o dirigente associativo, que busca fazer da SFRAA uma referência social, artística, cultural e de apoio humanitário na Amadora.
Vale lembrar que Cabo Verde possui uma grande comunidade imigrante na Amadora, que começou a se estabelecer em Portugal no final dos anos 70, formando na Cova da Moura “o seu bairro”. Atualmente, os cabo-verdianos, que têm na Amadora sua maior comunidade fora do arquipélago, estão disseminados e integrados em todo o concelho.
Celestino Semedo recorda que “nos últimos anos a SFRAA ressurgiu, graças ao empenho de muitos, após um período de altos e baixos. Felizmente, temos dado nova dinâmica à sociedade, que é muito importante para os amadorenses. Todas as semanas promovemos eventos musicais, desportivos e culturais, além do apoio social que oferecemos aos mais velhos e aos mais jovens, através da nossa missão humanitária nas nossas instalações espalhadas pela cidade”.
As contribuições dos amadorenses podem ser deixadas na sede da SFRAA, localizada na Falagueira, todos os dias, das 15 às 20 horas, assim como nas freguesias aderentes: Falagueira-Venda Nova, Mina de Água e Encosta do Sol.
Veja na galeria algumas das atividades da centenária sociedade da Amadora.