Quem é Alexander Stubb, triatleta, pró-NATO e amigo de Trump?

“Não vou divulgar as conversas telefónicas que tive este fim de semana, mas os americanos vão ouvir-nos, não se preocupem.” Com um sorriso, o Presidente da Finlândia, Alexander Stubb, respondeu desta forma a uma questão sobre se os americanos estariam atentos às opiniões dos europeus no contexto da cooperação na NATO e do apoio à Ucrânia. As declarações, em entrevista ao Politico, foram feitas durante a Conferência de Segurança de Munique, em fevereiro deste ano, evento em que o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, fez duras críticas aos líderes europeus sobre a sua governação. “Tem havido uma cacofonia diplomática. Enquanto finlandês, eu digo, acalmem-se, tomem um banho de gelo, entrem na sauna, reflitam sobre a situação e encontrem uma solução”, comentou Stubb sobre a crescente tensão.
Seis meses depois, os norte-americanos parecem realmente estar prestando atenção aos europeus. Ou, pelo menos, um americano em particular parece estar ouvindo Alexander Stubb: a chamada não revelada de fevereiro foi, afinal, o primeiro de vários telefonemas com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Da primeira conversa, sugerida pelo senador Lindsey Graham, surgiu um convite para jogar golfe em Mar-a-Lago, resultando numa amizade que agora inclui telefonemas frequentes e uma receptividade em relação à Finlândia na Casa Branca. A relação de Stubb com o seu homólogo americano garantiu-lhe, na última segunda-feira, um convite para o encontro entre Trump, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e os líderes europeus em Washington.
O próprio Presidente finlandês reconhece que a sua presença na Casa Branca pode suscitar questionamentos. “Alguma da imprensa internacional pode estar a perguntar-se ‘Por que o Presidente da Finlândia está aqui?’”, começou a dizer aos jornalistas. Isto porque à mesa estavam os líderes das quatro maiores economias da Europa, o secretário-geral da NATO e a presidente da Comissão Europeia, enquanto a Finlândia é um país no extremo do continente, com uma economia de tamanho semelhante à portuguesa e apenas pouco mais de 5,6 milhões de habitantes.