Partidos Criticam Medidas do Governo e Reforçam a Necessidade de Agilidade na Ajuda aos Incêndios

O Partido Socialista critica o Governo por considerar que há descoordenação e falta de prevenção. Além disso, acusa o executivo de Luís Montenegro de teimosia por não declarar a situação de calamidade em relação aos incêndios.
O líder parlamentar Eurico Brilhante Dias afirma que isso afeta o apoio às populações.
“Esperamos, vivamente, que essa teimosia do Governo, aliada à descoordenação no combate aos incêndios, à má prevenção e preparação para a época de fogos, não coloque estas populações vulneráveis em circunstâncias ainda mais difíceis após os incêndios”, disse o socialista.
O deputado Paulo Muacho, do Livre, critica a “postura reativa” do Governo em relação aos incêndios, e afirma que a ministra da Administração Interna está fragilizada, enquanto o BE aponta a “falta de noção” do executivo.
“É necessário que o Governo adote uma postura proativa sobre esta situação. Precisamos de entender como melhorar o combate e a prevenção de incêndios, e por que o Governo tarda em convocar a Comissão Nacional de Proteção Civil, além de saber o que está a ser feito no terreno após a extinção dos incêndios, especialmente quanto à estabilização dos solos”, afirmou.
Questionado se a ministra Maria Lúcia Amaral tem condições para continuar no cargo, o deputado afirmou que essa é uma avaliação que a própria ministra terá que fazer, destacando que é necessário resolver os problemas e não apenas ter uma “postura reativa”.
Muacho também defendeu que o Governo deveria ter utilizado “todos os meios” disponíveis para enfrentar os incêndios e mencionou que declarar a situação de calamidade poderia ser útil pelas “possibilidades legais que oferece ao Governo”.
O deputado manifestou que os apoios anunciados pelo governo devem ser disponibilizados “o mais depressa possível, com comunicação clara e mínima burocracia, envolvendo autarquias e autarcas que conhecem o território”.
O Livre propôs o reconhecimento da profissão de bombeiro como uma profissão de desgaste rápido e a criação de “uma carreira profissional de bombeiro em associações humanitárias de bombeiros”.
Num comunicado, o deputado único do JPP, Filipe Sousa, reconheceu a necessidade de apoios para “quem perdeu tudo ou quase tudo”, mas lamentou a ausência de medidas de prevenção.
Ele afirmou que o executivo “continua a reagir à tragédia em vez de a antecipar”, ressaltando que “se não houver coragem para apostar na prevenção, dentro de um ano estaremos novamente a contabilizar destruições, empregos perdidos e vidas ceifadas pelo fogo”.
O Chega manifestou sua disposição para discutir propostas relacionadas aos incêndios e pediu medidas para combater o despovoamento do interior.
“Estamos disponíveis para debater medidas concretas que possam reduzir toda esta situação e trazer paz ao país”, declarou o deputado Jorge Galveias, afirmando que as medidas do Governo “nunca são suficientes”.
Ele questionou o que significa “rapidamente”, uma vez que pessoas estão sem comida e sem abrigo, além de que toda a área afetada pelos incêndios vive em um verdadeiro inferno.
Galveias também considerou que as medidas anunciadas “não abordam o problema fundamental, que é o despovoamento”, e insistiu que, sem essa consideração, os incêndios continuarão a ocorrer anualmente. Ele pediu “medidas de fundo” para lidar com o despovoamento e destacou a importância de “dignificar os bombeiros”, pedindo a demissão da ministra da Administração Interna.