O Palco: Meu Lugar de Felicidade
Gostos são subjetivos e não se discutem, mas os números falam por si: Tony Carreira já vendeu mais de quatro milhões de álbuns e conquistou mais de 60 discos de platina em mais de 36 anos de carreira, consolidando-se como uma das personalidades mais queridas e bem-sucedidas da música portuguesa.
Entretanto, para alcançar esse patamar, ele precisou de muito esforço, enfrentou dúvidas sobre suas capacidades, pensou em desistir, trabalhou em uma fábrica de chouriços na França, recebeu muitas críticas e passou por momentos em que o sucesso lhe escapou.
Atualmente, ninguém diria que ele realiza mais de 80 concertos por ano, e que, ao final de cada um, dedica quase uma hora para dar beijos e autógrafos, mesmo quando está esgotado fisicamente — “é para eles que trabalho, não posso decepcioná-los”.
Neste sábado, dia 13, ele retorna à Amadora para se apresentar nas festas da cidade, em celebração aos 46 anos do município. O ícone da música romântica portuguesa sobe ao palco às 23h15, logo após seu amigo Diogo Piçarra, também artista convidado, para uma noite com entrada livre que promete um público lotado no Parque Central.
Numa quinzena em que não parou um instante, realizando vários concertos de Norte a Sul do país, o cantor de “Sonhos de Menino”, “A vida que Escolhi”, “A Saudade de Ti”, “Já que te vais”, “Porque é que vens” ou “Tu Levaste a minha vida”, conseguiu reservar alguns minutos para uma entrevista exclusiva à New in Amadora, sobre o concerto deste sábado.
O que espera deste concerto na Amadora, que sempre acolhe seu público de forma tão calorosa, ainda mais em festas de entrada livre?
É verdade, tenho grandes recordações das vezes que me apresentei aqui. Esta Tour Tempo tem sido uma grata surpresa em cada espetáculo. Não há dois concertos iguais, e isso talvez seja o mais surpreendente de tudo.
Com mais de 37 anos de carreira, seus shows continuam a ser um sucesso.
Na verdade, sinto-me um artista muito privilegiado. Não é apenas um discurso, é realmente o que sinto. As pessoas me recebem sempre com muito carinho e espero que Amadora não seja exceção. Estou muito feliz por voltar a cantar aqui.
Este espetáculo será um retorno, pois em 2009 atuou numa Parque Central lotado. Agora, 16 anos depois, está de volta.
Exatamente, é um bom sinal. Isso mostra que as pessoas valorizam meu trabalho e gostam da minha música. Já se passaram mais de 10 anos desde meu último concerto aqui, mas chego com a mesma vontade e energia. O público pode esperar isso de mim.
Com tantos concertos nesta turnê, imagino que esteja sendo cansativa. Mas o público sentia saudades do Tony Carreira.
E eu deles, a saudade é mútua. Já mencionei várias vezes: o palco é o lugar onde me sinto mais feliz. Este ano, a turnê tem sido muito intensa: já fizemos quase 80 shows, e isso pesa. É cansativo, pois estamos sempre em movimento, em Portugal e no exterior, e sempre a mil por hora. O público que vem nos ver e ouvir não se importa se estamos cansados — eles querem ver o nosso melhor. E essa é a minha marca registrada. Mas está sendo maravilhoso e o público tem sido a grande motivação.
Aos 61 anos, como se mantém em boa forma, com a voz e a energia?
Espero que não esteja me chamando de velho [risos]. Estou brincando. A vontade é a parte mais fácil de manter: é isso que amo fazer. O restante, procuro aproveitar todos os momentos para descansar. Este ano, o calor foi o mais desafiador: tivemos alguns dias em que, às onze da noite, fazia 30 graus. Essas temperaturas são difíceis para quem depende da voz e da interação com o público.
Neste sábado, você se apresenta após o Diogo Piçarra, um cantor por quem tem muito respeito. Vocês sempre se cruzam, não é a primeira vez.
É verdade. Gosto muito do Diogo e fico contente por dividir o palco com ele esta noite. Tenho certeza de que será uma grande festa.
Você já tem um setlist preparado para Amadora, mas a conversa muda durante o show; ou cada concerto é único?
As turnês têm sempre um setlist básico, mas sempre incluo uma ou outra canção diferente em cada show, dependendo da interação com o público.
Cantar e se dedicar ao seu público voltou a ser a prioridade da sua vida?
A música é, e sempre será, algo muito importante para mim.
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