Montenegro: Cozinhar com Chefs Michelin e Emoções na Reta Final da Visita

No último dia de sua visita oficial ao Japão, o primeiro-ministro participou de uma experiência culinária com chefs Michelin, viajou de comboio-bala e se emocionou ao entregar duas peças feitas por crianças em hospitais ao Pavilhão de Portugal na Expo Osaka.

Após dois dias na China, incluindo uma passagem pela Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Luís Montenegro passou esta quinta-feira o segundo dia da visita oficial ao Japão, com uma agenda mais relaxada, iniciando com uma viagem de comboio-bala de Tóquio a Osaka.

Ao chegar à cidade, parte da sua comitiva foi recebida com um almoço preparado pelos chefs com uma estrela Michelin, o português Pedro Lemos e o japonês Yoshida San, uma iniciativa do Turismo de Portugal para promover a cozinha portuguesa no Japão, que envolve outras duplas de chefs.

Montenegro, vestindo uma jaqueta branca, aceitou o desafio de ajudar na elaboração de um dos pratos do menu, uma versão inovadora da lula recheada, típica de Portugal.

Em entrevista, afirmou que continua a ser a pessoa que mais cozinha em sua casa e, além do arroz de cabidela, sua especialidade, revelou que ultimamente tem se dedicado a fazer “Brás de quase tudo”.

“Gosto de aproveitar o que sobra; tudo que fica é transformado em ‘brás’. Talvez essa preocupação com a economia seja um resultado de administrar as finanças do país“, disse entre risos.

A principal atividade do último dia foi a visita à Expo Osaka, que estava inicialmente programada para maio, mas foi remarcada em razão da renúncia do Governo e das novas eleições antecipadas, ocorrendo a um mês do encerramento da exposição.

Montenegro, sempre acompanhado de sua esposa, visitou primeiro o pavilhão do Japão, que enfatiza a sustentabilidade, e, em seguida, o pavilhão de Portugal, cujo tema é “Oceano: Diálogo Azul”, projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma.

A participação portuguesa é coordenada pela AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), e a comissária-geral, Joana Gomes Cardoso, revelou que o pavilhão já recebeu 1,8 milhões de visitantes, correspondendo a mais de 10% do total de pessoas que passaram pelo recinto.

O pavilhão de Portugal está entre os finalistas em cinco categorias de prêmios globais da Expo, incluindo o de melhor mascote, a Umi, uma égua-marinha cuja cauda é inspirada nos azulejos portugueses.

“Temos razões de sobra para mostrar ao mundo que Portugal é moderno, com pessoas qualificadas, na vanguarda da tecnologia, comprometido com questões fundamentais como paz, sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente, em busca de novas soluções econômicas,” elogiou o primeiro-ministro.

Ao final de sua intervenção improvisada, chamou sua mulher, Carla Montenegro, ao púlpito para entregar ao pavilhão um presente confeccionado por crianças em tratamento nas alas pediátricas, dentro do projeto Associação Marinheiros da Esperança.

A partir de sobras de madeira de freixo, as crianças criaram duas peças inspiradas na Umi, que o primeiro-ministro trouxe de Lisboa a Osaka, emocionando-se ao entregá-las.

“Esta mensagem de esperança que estas crianças nos transmitem é algo que queremos retribuir, desejando que possam superar seus problemas de saúde e fazer parte do nosso futuro,” afirmou.

Em seguida, a comitiva subiu ao terraço do pavilhão, de onde puderam observar a movimentação da Expo de Osaka, e o dia finalizou com uma apresentação do músico Tumi, aluno do Museu do Fado de Lisboa, tocando guitarra portuguesa.

O primeiro-ministro retorna a Lisboa ainda esta sexta-feira, com previsão de chegada ao final da manhã de sábado.

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