Imigrantes agendam manifestação para 17 de setembro em frente ao Parlamento

Imigrantes que trabalham no Porto, Lisboa, Odemira e Algarve agendaram uma manifestação para o dia 17 de setembro, em frente à Assembleia da República, em um momento em que 80 pessoas estão detidas em um centro de instalação temporária em Portugal.
A informação foi divulgada à Lusa pelo ex-deputado do BE, José Soeiro, após uma reunião realizada na terça-feira, no Porto, entre imigrantes de diversos países com o intuito de reunir o maior número possível de participantes para a manifestação.
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De acordo com José Soeiro, a data de 17 de setembro foi escolhida porque nesse dia “reiniciam os trabalhos em plenário na Assembleia da República” e, na pauta dos deputados, está a retomada do “debate sobre a lei da imigração e a lei da nacionalidade”, dois projetos que foram devolvidos à Assembleia após rejeição do Tribunal Constitucional.
“É crucial que, nesse dia, quando essa discussão recomeçar, ela leve em consideração a voz de milhares de imigrantes que estão se mobilizando no Algarve, Odemira, em Lisboa e no Porto, para se fazer presentes em frente ao Parlamento às 14h00”, explicou o ex-deputado, que falou enquanto membro da Associação Solidariedade Imigrante.
A respeito dos “80 imigrantes detidos por determinação da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) devido a registros de passagem em outros países antes de chegarem a Portugal e não por terem cometido qualquer crime”, José Soeiro criticou o Governo por “gastar grandes quantias em políticas repressivas contra trabalhadores imigrantes, construindo centros de detenção”, destacando que “o Estado está utilizando verbas do PRR que deveriam ser destinadas à habitação para erguer centros de detenção para imigrantes trabalhadores”.
“O Estado deveria empregar esse dinheiro para fazer os serviços públicos, especialmente a AIMA, funcionar para respeitar a legislação que não está sendo cumprida, garantindo a regularização de imigrantes que já contribuem aqui há dois, três ou quatro anos”, insistiu.
No contexto da manifestação, uma delegação de oito imigrantes, representando as quatro nacionalidades em que trabalham em Portugal, pretende entregar um documento ao presidente da Assembleia da República contendo as reivindicações que motivam o protesto.
A organização do evento está a cargo da Associação Solidariedade Imigrante e do coletivo de imigrantes que, em julho, promoveu o último protesto em frente ao Centro de Instalação Temporária, no Porto.
Os imigrantes reivindicam o direito a documentação, ao reagrupamento familiar, a libertação dos imigrantes detidos nos centros de instalação temporária sem terem cometido qualquer crime, além de respeito, dignidade e justiça.