Hospital e enfermeiros condenados por queimaduras em bebê
A Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho e dois enfermeiros que trabalhavam no Hospital de Gaia foram condenados pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto a pagar uma indemnização a uma bebé que, aos seis meses de idade, sofreu graves queimaduras durante um procedimento médico, conforme reporta o Jornal de Notícias. A equipe do hospital usou uma botija de água quente, causando as queimaduras à criança.
O incidente ocorreu em agosto de 2013. A bebé, que havia se engasgado durante a amamentação, foi levada pelos pais ao serviço de urgência, onde foi submetida a umabroncofibroscopia, um exame das vias respiratórias.
Para o procedimento, foi necessária a sedação da bebé. Um dos enfermeiros solicitou a uma auxiliar que preparasse uma botija de água quente para prevenir a hipotermia da bebé durante o exame. A botija foi posicionada sob o lençol onde a criança estava, envolta em duas camadas de tecido.
No entanto, durante os 20 minutos em que o exame ocorreu, a bebé entrou “em contato direto com a botija de água quente colocada na marquesa, a qual, devido aos movimentos dos réus [enfermeiros] para a colocação de um novo cateter, se deslocou, perdendo a cobertura do resguardo e tocando diretamente na parte posterior da perna esquerda, calcanhar e perna direita da criança”, conforme descrito na sentença.
A criança sofreu queimaduras de primeiro grau na perna direita e de segundo grau na esquerda, resultando em sequelas ainda visíveis após 12 anos. Atualmente, a jovem possui cicatrizes que o tribunal considera que podem necessitar de cirurgia estética.
O tribunal considerou que os dois enfermeiros envolvidos demonstraram “flagrante descuido” e condenou tanto os profissionais quanto o hospital a pagar uma indemnização de 50 mil euros, além das despesas com consultas e cremes necessários para a criança. Os enfermeiros admitiram os fatos e pediram desculpas aos pais da bebé.