Amadora

Flores e Dinheiro: Bouquets de 800€ com Alianças de Noivado

Flores nunca foram parte da vida de Cláudia Rodrigues, de 44 anos, licenciada em Turismo e guia-intérprete, que nunca pensou em ser florista. “Eu queria trabalhar no aeroporto, mas nunca na assistência de bordo. Trabalhei em hotéis e agências de viagens, mas não gostei,” relembra ao New in Amadora.

Após terminar o curso, sua mãe estava à frente da Safira Rosa Florista, o estabelecimento de flores no Centro Comercial Colina do Sol, em Alfornelos, que existe há 31 anos. Cláudia já ajudava a mãe em datas movimentadas, como o Dia dos Namorados, Dia da Mãe e Dia da Mulher.

“Aos 23 anos, quando me tornei mãe, tudo mudou e conciliar horários ficou mais complicado. Acabamos decidindo que eu ficaria na loja pela manhã e ela à tarde.”

A Safira Rosa está bem localizada no centro comercial, que aos poucos ganha nova vida. Ao entrar, ao lado do Pingo Doce, a florista se destaca em uma loja com duas vitrines que dão para dois corredores. “Aqui não falta luz,” afirma Cláudia.

A loja é também um exemplo de bom gosto, com uma decoração cuidadosa e uma ampla variedade de flores frescas. Além disso, há uma seção de flores preservadas e artificiais de qualidade.

“Fazemos nosso melhor para oferecer produtos diversos para a escolha dos nossos clientes,” garante Cláudia.

A rosa é a flor mais vendida. “Não tem como escapar,” ironiza a florista. Seja um namorado oferecendo à namorada, seja um marido lembrando uma data especial, um arranjo de rosas começa a partir de 3€.

Entre os produtos mais vendidos, também estão as gerberas e margaridas, “flores lindas e coloridas que fazem arranjos muito chamativos.”

O Dia dos Namorados é, sem dúvida, a data que mais gera vendas na Safira Rosa. “De longe. É uma verdadeira loucura. Ao final do dia, estamos exaustos. As vendas são realmente altas. Depois vem o Dia da Mãe, que é ainda mais movimentado que o Dia da Mulher.”

Cláudia aprendeu essa arte que tanto a faz feliz com sua mãe. “Minha mãe é florista há 30 anos, trabalhou na Decoflorália — uma das grandes marcas de flores com mais de 40 anos de experiência. Ela não fez formação específica. Começou a observar e assim aprendeu, e me ensinou também.”

A loja fecha apenas duas vezes ao ano: no dia 25 de dezembro e 1 de janeiro. “Fazemos questão de estar sempre abertos, como deve ser em um centro comercial. Essa é uma luta antiga que a nova administração está tentando mudar. Não faz sentido que, em agosto, metade das lojas fechem para férias; isso não acontece em lugar nenhum,” lamenta.

Cláudia confessou que aprecia mais o mundo das flores do que jamais imaginou. “É claro que há rotinas, como pegar as flores, ir ao Marl, trocar a água das jarras, mas é diferente. É um trabalho muito criativo que me permite soltar a imaginação. Nunca pensei que seria assim; é quase terapêutico,” diz ao New in Amadora.

A conversa é interrompida brevemente por um entregador de plataformas. Com sua mochila amarela, ele mostra um código, e Cláudia lhe entrega um saco. “Leve isso com cuidado, é frágil,” avisa. Ele sorri e diz que sim, mas não parece ter certeza de que entendeu.

“As plataformas de entrega vieram ajudar muito o nosso negócio,” admite Cláudia, que considera que “trabalha muito bem com os serviços de entrega” e acredita que “esse é o futuro.” Começou com a Glovo, depois teve a Uber, e atualmente trabalha também com a Bolt Food há cerca de um mês, “todas funcionando muito bem.”

No total da faturação da loja, as entregas encomendadas por serviços de entrega representam “10 a 15 por cento das vendas totais. É um negócio em crescimento,” mas exige trabalho, pois os menus precisam estar sempre atualizados. “Devemos ver o menu do aplicativo como a vitrine da loja. Quanto mais bonito, mais vendemos.”

Os melhores pedidos, no sentido mais rentável, são para casamentos e decoração de eventos. “São pedidos com valores mais altos que exigem uma conversa prévia com os noivos, permitindo uma maior liberdade criativa. Também os serviços funerários, como todos sabem, trazem boa receita para os floristas.”

No entanto, o que Cláudia mais aprecia é a relação familiar e de proximidade que se estabeleceu com os clientes. “Quem tem uma loja há 20 anos sabe: já fizemos arranjos para o pedido de namoro, bouquets de noiva e até batizados. Cria-se uma relação de comunidade quase familiar, e isso me encanta muito,” conclui.

Quanto a pedidos estranhos? “Depende do que você considera estranho,” responde rindo. Após pensar, lembrou-se de um pedido peculiar. “Uma vez, recebi um pedido de bouquet que incluía notas de 100€. Os pais queriam presentear suas filhas. Uns dias antes, trouxeram-me 800€ em notas e eu fiz uns canudinhos, e o bouquet ficou muito bonito e original.”

Cláudia se orgulha, pois a cliente adorou o presente. “Foi algo diferente, nunca tinha feito algo assim. Agora, fazemos bouquets que incluem bombons ou até uma aliança para pedidos de casamento. É uma surpresa muito legal,” compartilha a florista, que é casada e tem dois filhos “e mais um de quatro patas.”

Explore a galeria para conhecer melhor a loja de Cláudia Rodrigues na Amadora.

Pat Pereira

About Author

Você também pode gostar

Amadora

Chegou à Amadora a marca de streetwear brasileira favorita dos cantores famosos

Quais os pontos em comum entre Wesley Safadão, Zezinho Dicamargo, Henrique e Juliano, Jorge e Matheus, Kamisa 10, Zé Zfilipe
Amadora

Aulas Gratuitas de Pilates, Ioga e Ginástica Sénior para Todos em Alfragide

Os moradores da Amadora não podem se queixar da falta de incentivo para a prática de atividades físicas. Recentemente, a
inAmadora.pt
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.