CGTP critica medidas contra incêndios como sinal de “completo alheamento” do Governo às necessidades do país

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O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, afirmou nesta sexta-feira que as medidas anunciadas pelo Governo na quinta-feira em resposta aos incêndios que assolam o país são “mais um exemplo” do “total desinteresse” do Executivo face às necessidades do povo.

“Quando falamos do desinteresse do Governo, refere-se à falta de resposta nas horas certas e à ausência de soluções para os problemas concretos, e esse é mais um indicativo da resposta tardia que temos assistido nos últimos tempos, especialmente durante a situação de emergência provocada pelos incêndios”, declarou o líder sindical.

Durante uma conferência de imprensa no Porto, Tiago Oliveira destacou a “resposta tardia” e “ideológica” do Governo em relação aos “problemas reais nos serviços públicos” e na área do trabalho.

“Há uma questão constante nas políticas deste Governo que demonstra um fato que já denunciamos, que é o total desinteresse pela realidade do povo e do país. Um completo desinteresse pelas fragilidades sentidas pelos trabalhadores e pelo povo, e pela falta de atenção às necessidades nos serviços públicos, no Serviço Nacional de Saúde, na educação pública e na Segurança Social”, detalhou.

Além disso, o líder da CGTP criticou as recentes medidas anunciadas pelo governo para a revisão da legislação laboral, que a central considera serem “um ataque aos direitos dos trabalhadores”.

“Temos um Governo completamente desconectado da realidade, que não compreende como 800.000 trabalhadores vivem com um salário mínimo nacional de 870 euros, levando para casa cerca de 700 e poucos euros. Com esse valor, gostaria que o Primeiro-Ministro explicasse como uma família consegue pagar uma casa atualmente”, ressaltou.

Na quinta-feira, o Governo aprovou, numa reunião extraordinária do Conselho de Ministros, em Viseu, um conjunto de 45 medidas “para serem adotadas em situações de incêndios de grandes dimensões, com impactos no patrimônio e na economia de famílias e empresas”, buscando assim implementar “de maneira rápida e eficaz, medidas de apoio às regiões e pessoas afetadas”.

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