Amadora

Três Anos e Quase 20 Mil Euros Depois: Mariana e Hélder Persistem em Engravidar

A Amadora foi tocada pela história de Mariana e Hélder, um casal africano que, há três anos, enfrenta a luta para engravidar. No dia 20 de maio, a New in Amadora relatou seus desafios, que já resultaram em gastos de 19 a 20 mil euros em tratamentos que não obtiveram sucesso até agora.

Desde a primeira publicação, recebemos inúmeras mensagens de leitores curiosos sobre o progresso do casal: “Como está a Mariana?”, “O casal conseguiu engravidar?”, “O tratamento está a ter sucesso?”, são apenas algumas das perguntas que recebemos.

Entre ilusões frustradas e momentos de tristeza, o casal, que está junto há quatro anos, decidiu continuar a lutar. O que mudou afinal? “Aceitei que sou uma mulher infértil, mas que está a fazer todo o possível para realizar o sonho de ser mãe.” E ela não desiste.

Depois de uma pausa e novos exames, a batalha prossegue. “Agora sabemos que o processo vai demorar um pouco mais do que esperávamos. Os médicos estão a fazer o seu melhor e isso significa que estamos a fazer tudo o que é necessário,” relata Mariana.

Aceitei que não tenho controle sobre tudo, as coisas são como são e seguimos em frente. Fizemos a estimulação ovária, e obtivemos nove óvulos maduros de boa qualidade. Após essa fase, procedemos à FIV [fecundação in vitro]. Até a última semana, tudo estava a correr bem, com a congelação dos óvulos e seis embriões de ótima qualidade em desenvolvimento. No entanto, no último dia, muitos embriões não sobreviveram,” conta ela.

Apesar de Mariana e Hélder estarem preparados para as dificuldades do processo, a realidade é difícil. “Saber que isso pode acontecer e vivenciá-lo são coisas diferentes. Quando os embriões não tiveram sucesso, foi devastador,” explica a jovem angolana.

Mesmo assim, Mariana, sempre corajosa, continua a lutar. “Esta luta tem nos unido. Hélder tem sido incrível, sempre ao meu lado, acompanhando-me às consultas. Ele realmente é um ótimo pai, e isso me motiva a continuar,” diz.

E eles persistem, pois, segundo os médicos, os embriões que sobreviveram têm boa qualidade. “Estamos a receber tratamento excepcional na clínica FertiCentro, em Coimbra, e os médicos estão otimistas com a qualidade dos embriões. Para tirar dúvidas, a Dra. Gisela Carvalho, minha médica, decidiu realizar uma histeroscopia, exame que exige paciência, pois depende do meu ciclo menstrual. Podemos ter que esperar até janeiro,” completa Mariana.

Mariana não poupa elogios ao parceiro. “Hélder é muito sensível e chora com facilidade,” conta, brincando para aliviar o clima tenso. Ela admite que também tem dias difíceis, mas ele sempre a apoia. “Muitas mulheres passam por esses momentos sozinhas, e é reconfortante saber que estou vivendo isso junto a ele,” afirma.

“Ele é um doce,” diz, com carinho. “Estamos juntos nessa. Este não é apenas o meu desejo, mas o nosso. Mesmo que ele seja mais pragmático, confia que tudo vai dar certo, mas sempre nos preparamos para o pior, para que haja outras alternativas.”

A adoção agora é uma possibilidade real. “Nunca desistirei de ser mãe. Cresci em um lar com 22 crianças e sempre quis ser mãe. Sabemos que há muitas crianças à espera de amor e carinho, e ficaremos felizes em poder ajudar,” afirma.

A relação de Mariana com a família de Hélder também melhorou. “Antes, alguns familiares não estavam a par da nossa situação, mas, após a repercussão do caso, não podíamos mais esconder. A mãe de Hélder tem sido uma grande ajuda, trazendo-me alimentos saudáveis,” diz, completando: “Agora, tudo está perfeito, só falta mesmo o bebê.”

Mariana e Hélder estão se preparando para uma reunião no dia 26 na Santa Casa da Misericórdia da Amadora, para discutir a adoção ou acolhimento. “Os primeiros contatos foram muito valiosos e nos ajudaram a ter uma nova perspectiva. Ser uma família de acolhimento pode facilitar e encurtar os prazos para a adoção,” afirma.

E não há problema. “Se esse for o único caminho para sermos pais, estamos prontos. Seria um disparate ignorar essa possibilidade. Aceitamos o que a vida nos reserva.”

Quatro meses após compartilhar sua história, e após uma nova aparição na TVI, Mariana repete sua história por um motivo importante. “É uma questão íntima, mas sentimos que devemos ser gratos por todo o apoio que recebemos. Deixamos o Goufundme fechado, mas a solidariedade continua, e é avassaladora. Muitos se tornaram nossos amigos, e as mensagens semanais de apoio são emocionantes.”

Mariana entende que sua história pode ajudar outros casais que enfrentam dificuldades semelhantes. “Sinto que temos que agradecer a todos. A New in Amadora foi fundamental no nosso processo, e a TVI soube da história através da vossa reportagem. O carinho que sentimos de vocês é verdadeiro. Isso nos motiva a compartilhar mais, para alcançar mais pessoas e mostrar nossa gratidão.”

Com os altos e baixos, Mariana e Hélder estão longe de desistir. “Já gastamos entre 19 e 20 mil euros com tratamentos e medicamentos. A ajuda que recebemos tem sido essencial,” conclui Mariana.

Pelo apoio recebido, o casal continuará lutando. “Sinto que essa é nossa obrigação, para honrar quem tem nos ajudado,” finaliza.

Confira a galeria e veja as fotos mais recentes do casal que tem emocionado os leitores do NiA.

Pat Pereira

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