O Elevador da Glória Mudou a Jogo?

A SIC e a TVI apresentaram as novas grelhas, destacando as principais apostas para a nova temporada. A mudança mais significativa vem da TVI, que decidiu reduzir o número de episódios das novelas, para que “as pessoas não tenham que esperar um ano” por uma nova história. Esta medida foi anunciada pelo diretor-geral da estação de Queluz, José Eduardo Moniz, o programador de “Anjo Selvagem”, a novela mais longa da história da televisão portuguesa.

Um pequeno grupo de jornalistas ainda garante a publicação da revista Visão, trabalhando remotamente, sem estrutura de apoio e sem remuneração. Dino D’Santiago estampa a capa da edição da semana passada, apresentando uma longa e interessante entrevista que concedeu a Margarida Davim. “Sou mais português do que todos os portugueses que conheço”. Esta edição é um guia valioso para compreender a realidade histórica do país. O esforço e a dedicação desta equipa da Visão merecem reconhecimento e apoio.

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Os protestos pró-palestinianos interromperam a Volta à Espanha. Este não foi o primeiro incidente do tipo na competição. Neste domingo (14), a manifestação forçou o adiamento do término da corrida. O Estado falhou em manter a ordem pública, o que comprometeu a segurança do evento desportivo de grande magnitude como a Vuelta, tanto para atletas quanto para espectadores.

O primeiro-ministro espanhol minimizou a mudança de ordem que levou ao cancelamento da prova desportiva mais popular do país, considerando-a inaceitável. Ele ainda pediu a exclusão de Israel de todas as competições globais. A administração da TVE decidiu não participar no próximo evento da União Europeia de Radiodifusão se Israel continuar a ser parte dele. A RTP deveria seguir essa mesma linha?

André Ventura esteve em Madrid para afirmar que, “como patriota europeu, tem orgulho [nos ataques a imigrantes em Múrcia]”. Após seu retorno a Portugal, decidiu se candidatar à Presidência. “O líder da oposição não deve ser também um candidato presidencial. Candidatar-me seria um mau sinal para a democracia”, declarou o líder do Chega em entrevista à CNN. E agora é oficial: Ventura é candidato a Belém.

Seja pelos resultados de uma pesquisa publicada pelo DN, em que o Chega aparece à frente de AD e PS; seja pela falta de uma personalidade que o represente; ou por não ter conseguido o apoio de quem desejava (como Passos Coelho); ou por todas essas razões, parece claro que a candidatura a Belém sempre esteve nos planos do líder do Chega.

Se o líder do maior partido de oposição pode e acredita ser politicamente adequado se candidatar aos 308 municípios do país (como atestam os cartazes), por que não também à Presidência de Portugal? Após os municípios, o próximo passo é Belém. Qual é o problema? Uma coisa é certa: a candidatura de Ventura complica o cenário das presidenciais e pode ajudar a diferenciar posições à direita.

A situação do elevador da Glória pode ter mudado o cenário na corrida pela Câmara de Lisboa. A coligação liderada por Alexandra Leitão pode, mesmo com toda a prudência necessária, aproveitar essa tragédia para obter uma vantagem eleitoral inesperada. Carlos Moedas pode ser a vítima, recebendo um castigo como forma de exemplo. No debate promovido pela SIC no dia 4, a líder da esquerda não teve um desempenho notável. João Ferreira, do PCP, destacou-se claramente entre os concorrentes, mostrando segurança e uma postura autônoma nos temas debatidos. Carlos Moedas, por sua vez, reconheceu o protagonismo do seu vereador comunista.

O frente-a-frente anunciado pela SIC virou um debate a quatro por exigência da ERC, após a reclamação apresentada pela CDU. O Regulador decidiu restringir a liberdade de programação e abriu uma porta que pode não ter retorno. A partir de agora, qualquer reclamação poderá garantir uma participação em debates. A liberdade editorial e a competência dos meios de comunicação, mesmo os privados, de decidir suas programações agora parecem depender da opinião do Conselho Regulador.

Em suplemento ao programa, nos Grandes Enigmas, pergunta-se: para onde foi a flotilha? Não há limite de mandatos nas autarquias? Questiona-se se a política atual explora a ignorância, quando deveria fomentar a inteligência. O mandatário da Lista B (PSD) para os Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa é o comandante de batalhão do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, conhecido como Rui Pêgo. Afinal, havia outro?