Faculdade de Medicina do Porto alerta sobre “eventuais inconformidades” no concurso especial

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) informou que notificou o reitor da Universidade do Porto (U.Porto) sobre a “existência de eventuais inconformidades processuais no Concurso Especial para Licenciados 2025”.
O esclarecimento foi feito em um comunicado enviado à Renascença, coincidentemente no mesmo dia em que foi revelado que o Ministério Público iniciou uma investigação.
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A FMUP destaca que “foi a própria Faculdade que, de maneira proativa e em conformidade com seu dever legal e de lealdade para com a U.Porto, informou o Reitor, António de Sousa Pereira, no dia 11 de setembro, sobre a existência de eventuais inconformidades processuais no Concurso Especial para Licenciados 2025”.
A Reitoria foi notificada após o diretor da Faculdade de Medicina ter tomado conhecimento das inconformidades no dia 9 de setembro, através de um e-mail recebido, e após adotar medidas para verificar essas possíveis inconformidades interna e posteriormente.
No dia 12 de setembro, a Reitoria informou à FMUP que havia enviado a notificação ao Ministério Público.
A FMUP reafirma seu compromisso em assegurar a paz dentro da comunidade acadêmica, para garantir o cumprimento de sua missão institucional de ensino, pesquisa, assistência e inovação na área da saúde, conforme enfatizado no comunicado.
A Faculdade de Medicina assegura que “atuou sempre de boa-fé e sem qualquer intenção de prejudicar ou favorecer nenhum candidato ou grupo de candidatos”.
O comunicado conclui com um apelo à “responsabilidade institucional que todos os envolvidos têm na restauração da normalidade pedagógica na FMUP e na U.Porto, especialmente agora que a clara elucidação dos fatos está sendo investigada pelas autoridades competentes”.
No início do mês, o reitor da Universidade do Porto relatou ter recebido pressões de pessoas influentes, com acesso ao poder, para permitir a inclusão de 30 candidatos que haviam obtido notas inferiores ao mínimo de 14 valores na prova de conhecimentos realizada pela Faculdade de Medicina para ingresso.
O ministro da Educação, entretanto, desmentiu alguns aspectos dessa declaração, resultando em uma troca de acusações que gerou controvérsia. Fernando Alexandre admitiu ter conversado com o reitor António de Sousa Pereira, mas negou ter exercido qualquer pressão.
Na semana passada, o Parlamento aprovou vários requerimentos para ouvir tanto o ministro da Educação quanto o reitor da Universidade do Porto sobre a situação.
Os requerimentos, apresentados por PSD, Chega, PS, IL, Livre, BE e JPP, foram votados na comissão parlamentar de Educação e Ciência, após o jornal Expresso noticiar possível pressão de pessoas “influentes” para permitir a entrada de 30 candidatos na Faculdade de Medicina que não atingiram a nota mínima na prova exigida para o curso.