Amadora

Do Trabalho Chato à Adrenalina: O Bancário da Amadora e sua Paixão por Bicicletas

Recorda a sua primeira bicicleta? Rui Gomes, 51 anos, tem memórias vívidas. “Herdei-a da minha irmã, era uma Vila, que ainda tinha rodinhas pequenas atrás, mas aprendi a andar sem rodas com o meu pai. Íamos para a parte de trás da piscina da Reboleira, e foi lá que aprendi a andar, a montar bicicletas, a transportá-las e, claro, a cair e a levantar-me”, recorda à New in Amadora.

“Eram outros tempos, sem telemóveis, sem ecrãs, sem tecnologia. Nós divertíamo-nos com os amigos, uns com os outros. A bicicleta era um dos nossos brinquedos preferidos”, sintetiza.

Os anos passaram, Rui cresceu e nunca deixou de andar de bicicleta. Contudo, a escola — frequentou a histórica Secundária da Amadora — e depois o trabalho mudaram o rumo da sua vida. Da adrenalina da infância à vida adulta, pouco restava. Rui trabalhava na banca internacional, em backoffice.

“A vida de banqueiro deve ser muito divertida, mas a de bancário nem por isso”, brinca. Por volta de 2013, 2014, durante a crise internacional das dívidas soberanas, Rui começou a perceber como a sua vida profissional era “chata e monótona”. “Confesso que estava um bocadinho farto do trabalho que tinha”, diz.

E se montássemos o nosso negócio?

Ao mesmo tempo, a sua amiga Ana Nascimento estava desempregada. “Ela começou a desafiar-me para criarmos um projeto novo, em que só dependêssemos de nós. Entre várias opções de negócios, as bicicletas surgiram quase por instinto, pois sempre andámos de bicicleta”, enfatiza.

Assim, este empresário da Amadora — “sempre morei na Reboleira, que hoje pertence à freguesia de Águas Livres, e atualmente moro um pouco mais acima, no Bairro do Bosque, que já pertence à Venteira” — fundou, há 11 anos, com a sócia, a Bike a Wish, uma empresa de aluguer de bicicletas e organização de passeios por Lisboa, Sintra e Cascais.

Rui começou a andar na bicicleta da irmã.

“Inicialmente, começámos o negócio apenas com o aluguer de bicicletas, mas passado um ano começámos a desenvolver passeios temáticos por Lisboa, Sintra e Cascais. Há muitos clientes na Amadora que partilham este gosto, mas, para ser honesto, a esmagadora maioria dos nossos clientes é estrangeira, pois somos uma loja online e estamos nas maiores plataformas de vendas para atividades turísticas, o que significa que são eles que fazem a nossa promoção”, revela.

Rui Gomes e Ana Nascimento têm muitos clientes estrangeiros que retornam, sempre trazendo amigos ou familiares para os passeios em Lisboa, Cascais e Sintra.

Bicicletas rendem

As experiências têm agora um “peso muito maior na faturação da Bike a Wish”, reconhece o empresário, “porque as pessoas estão ávidas de conhecer coisas e lugares novos, acompanhadas de um guia formado, que não só conta a história dos locais, mas também algumas histórias engraçadas que lá aconteceram”.

“Normalmente, fazemos passeios para grupos de até 10 pessoas, mas também atendemos o mercado corporativo, que envolve sempre grupos muito maiores, de 20 ou 30. Temos sempre um guia para até 15 pessoas e mais de um guia para grupos maiores”, explica à NiA.

Na empresa, existem passeios pré-definidos que os clientes podem escolher online e comprar, além dos passeios personalizados, nos quais os percursos são ajustados conforme a vontade do cliente.

“O passeio pré-definido tem uma duração de 3 horas em Lisboa e 4 horas se for para Sintra-Cascais. Em Lisboa, mostramos o centro ou a zona oeste, em Belém. Também temos um passeio de Sintra a Cascais (centro histórico da vila, Monserrate, Peninha, Colares, zona costeira, Bicas, Guincho e Cascais)”.

Em qualquer dos casos, “os passeios incluem pausas para que os participantes possam descansar, explorar as redondezas e se maravilhar com a beleza do país”.

Quanto a preços, se for um passeio público, o de Lisboa custa 50€ por pessoa. Se o passeio for privado, apenas para elementos do mesmo grupo, o preço sobe para 75€. Quanto ao passeio Sintra-Cascais, que cobre uma distância maior, também tem um custo mais elevado: o público custa 95€ e o privado custa 125€”, esclarece.

Rui acredita firmemente que, apesar da concorrência, “quem procura bicicleta quer mesmo a bicicleta e não considera outras experiências, como tuk-tuk. Podem experimentar, claro, mas depois o que buscam é a adrenalina e o esforço físico”, afirma.

Após tantos anos a andar de bicicleta, Rui nunca se magoou gravemente. “Nunca de forma séria. Mesmo depois de todos esses anos, faço um pouco de mountain bike e downhill, mas apenas por lazer com amigos. Tenho a facilidade de ter muitas bicicletas para emprestar, então estou sempre acompanhado de muitos amigos”, brinca com a New in Amadora.

Carregue na galeria e conheça alguns dos passeios que a Bike a Wish organiza.

Pat Pereira

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