Livreiros Celebram “O Livro e a Palavra” no Palácio de Cristal

A poucos horas do início da Feira do Livro do Porto, a Renascença percorreu os jardins do Palácio de Cristal para observar os últimos preparativos dos livreiros antes da abertura.
No caminho, carrinhas, caixas e livreiros apressados compõem a paisagem de quem passa. Ao adentrar o extenso corredor que abriga a Feira, é possível ouvir a agitação de quem conta os minutos para a grande abertura. Este ano, são 130 pavilhões e 113 livreiros, editores e alfarrabistas que farão parte deste evento, que acontece de sexta-feira até 7 de setembro.
Enquanto alguns já tinham os livros prontos para receber os visitantes, outros ainda estavam montando as estantes, como Vanessa Rodrigues, que assegura que não estava atrasada nos preparativos: “Estamos dentro do timing”, garante.
Mais à frente, passando pela Concha Acústica e pelo Lago dos Cavalinhos, é possível perceber que uma programação variada está prevista para as próximas três semanas. Os preparativos continuam por lá. Do lado oposto do recinto, os proprietários da “Gatafunho”, oriundos da Vila de Oeiras, fazem sua segunda aparição. “Estamos muito contentes por estar aqui, porque é uma feira que realmente apreciamos”, afirma Inês Araújo, responsável por esta livraria e editora independente de livros infantis. “Identificamo-nos totalmente com esta feira, com o público que a frequenta e com o espírito dela, que é viver o livro e a cultura”, diz.
Apesar disso, as expectativas da livreira são moderadas: ela deseja “superar as vendas do ano passado”, mas acredita que “este ano, economicamente, as vendas estão um pouco diferentes”.
Enquanto cada pavilhão se apressa em finalizar a disposição dos livros, a organização da Feira do Livro também sente a agitação dos últimos preparativos. “Estamos aqui para aprimorar o espaço e proporcionar o máximo de conforto possível aos nossos visitantes, pois queremos que se sintam em casa”, diz Sílvia Faria, coordenadora da Feira do Livro do Porto.
A organização espera que os visitantes façam da Feira uma extensão de suas casas: “começar de manhã, com atividades para o público infantil e juvenil, depois passar pelas leituras ou pelas compras dos livros, assistir a conversas, e terminar o dia com os concertos ou, quem sabe, apreciar o pôr-do-sol, pois este é um dos melhores lugares da cidade do Porto para vê-lo”, garante Sílvia.
No dia de “grande movimentação”, o foco está “na primeira hora”, na abertura de portas, um “fenômeno fantástico”. Sílvia o descreve como “uma grande massa humana entrando neste espaço e se apropriando dele, permitindo que possamos viver dias felizes em torno do livro e da palavra”.
No ano passado, a Feira do Livro atraiu 220 mil visitantes, e as expectativas para esta edição são ainda mais ambiciosas, especialmente porque o evento conta com uma “ótima programação“. “Este ano, temos um verdadeiro festival musical associado”, destaca a coordenadora da Feira, que presta homenagem a Sérgio Godinho. “Aumentamos exponencialmente o número de concertos e acredito que superaremos os 220 mil do ano passado”, conclui.