175 Mil Manifestantes nas Ruas e Confrontos em Várias Cidades Francesas

[Notícia atualizada às 19h00]
As ações de protesto do movimento “Bloquear Tudo”, ocorridas nesta quarta-feira em toda a França, mobilizaram cerca de 175 mil pessoas, de acordo com o balanço mais recente do Ministério do Interior francês.
No total, 473 indivíduos foram detidos e 13 agentes da polícia ficaram feridos durante os confrontos em várias cidades do país.
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A maioria das iniciativas não conseguiu atingir alvos estratégicos, devido à ação preventiva das autoridades. O governo francês mobilizou 80 mil policiais e militares em todo o território, como resposta coordenada às ações de bloqueio e manifestações convocadas por sindicatos e grupos ativistas.
Em Bordéus, o final da tarde foi marcado por episódios de violência após o término do cortejo principal. Foram registradas 12 detenções e atos de vandalismo, incluindo incêndios em contentores de lixo e danos ao mobiliário urbano. A polícia utilizou gás lacrimogêneo e disparos de balas de borracha para dispersar manifestantes que erguiam barricadas.
“Condeno com firmeza as degradações e as violências inaceitáveis cometidas por uma minoria de indivíduos determinados”, afirmou o prefeito de Gironde, Étienne Guyot, em comunicado.
Em Lyon, onde não houve bloqueios significativos, o presidente da câmara, Grégory Doucet, se manifestou sobre os confrontos, afirmando: “As violências que se desenrolam na nossa cidade são intoleráveis (…). Quando vândalos se apropriam dessas mobilizações populares, enfraquecem a sua mensagem”.
Na capital francesa, Paris, os protestos concentraram-se na Praça da República, onde a estátua central foi vandalizada com grafites de teor político. A presença de bandeiras palestinianas foi notada, e o ambiente permaneceu relativamente calmo até a chegada da chuva, que fez com que muitos manifestantes abandonassem o local.
Em Rennes, os protestos também resultaram em intervenção policial, com o uso de gás lacrimogêneo. Em Nantes, os manifestantes realizaram uma assembleia popular junto às Nefs da cidade para discutir a continuidade do movimento.
A CGT, a principal central sindical francesa, classificou o dia como uma “primeira etapa bem-sucedida”, mencionando a realização de quase 200 manifestações e a mobilização de cerca de 250 mil pessoas, incluindo 10 mil trabalhadores das Finanças públicas e 25% dos funcionários da SNCF (caminhos-de-ferro).
O novo primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, acompanhou os acontecimentos a partir da célula de crise do Governo, junto aos ministros do Interior, Cultura e Transportes.